Telemedicina e a Redução de Filas no SUS: Estudo de Caso em Canoas
A telemedicina tem sido uma ferramenta em expansão no Brasil, especialmente após sua regulamentação em 2022. Um recente estudo publicado na Revista Interdisciplinar de Promoção da Saúde (RIPS) trouxe evidências importantes sobre o impacto desse recurso na gestão de filas de espera no Sistema Único de Saúde (SUS).
O artigo "Avaliação da Prestação de Serviço em Telemedicina no Município de Canoas para Atender a Fila de Espera da Atenção Especializada em Cardiologia", de autoria de Villenev Vilella Munhoz Guazina, egresso do curso de Políticas Públicas da UFRGS, em coautoria com a professora Marília Patta Ramos, do Departamento de Sociologia e do PPG em Políticas Públicas da mesma instituição, analisa os resultados do projeto Médico Online.
Utilizando o método de séries temporais de Ignácio Cano, a pesquisa demonstrou uma redução de 81% no tempo médio de espera por consultas em cardiologia durante a implementação da teleconsulta em Canoas, Rio Grande do Sul. Segundo Villenev, essa investigação foi motivada por sua experiência profissional como analista administrativo júnior na empresa que executava o projeto. Ele destaca:
"Quis verificar, a partir do método científico, se minha hipótese inicial sobre o impacto positivo da telemedicina no atendimento ao cidadão estava correta. Foi gratificante unir minha vivência prática ao conhecimento acadêmico."
Os desafios enfrentados pelo pesquisador foram diversos, incluindo o processo de autorização para o uso dos dados junto à Secretaria de Saúde de Canoas e a aplicação metodológica. Villenev observa que, apesar de a telemedicina ter mostrado resultados promissores, ainda há barreiras para sua ampliação:
"A regulamentação foi um passo importante, mas precisamos de mais estudos de viabilidade econômica para garantir a segurança jurídica e financeira para parcerias público-privadas no setor."
O autor também reforça que os resultados podem ser replicados para outras áreas do SUS, com potencial para reduzir filas de espera em diversas especialidades:
"A telemedicina, combinada a novas tecnologias como inteligência artificial, tem um campo promissor. O desafio agora é transformar esses avanços em políticas públicas efetivas."
O estudo não só demonstra o impacto positivo da telemedicina como também abre caminho para novas discussões sobre gestão de saúde digital no Brasil. Villenev planeja dar continuidade à pesquisa, explorando o absenteísmo em filas de espera como indicador para monitoramento de políticas públicas na área de saúde.
📄 Leia o artigo completo: https://online.unisc.br/seer/index.php/ripsunisc/article/view/19007
A entrevista completa com o autor será publicada em breve no site do IFCH.
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