🌟 Bruna Koerich Coordena Pesquisa sobre Enchentes no RS 🌟
Egressa do PPG em Sociologia da IFCH, Bruna lidera levantamento essencial para apoio aos desabrigados.
Bruna Koerich, egressa do PPG em Sociologia e do curso de Ciências Sociais, e membro do Grupo de Pesquisa AVALPP, está coordenando o levantamento do Censo em resposta à enchente no Rio Grande do Sul. Realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Social do RS em parceria com a UNICEF, SES-RS, Defesa Civil, MDH e MDS, o Censo visa oferecer um retrato atual da situação. Até agora, foram coletadas informações em 620 abrigos, em 74 municípios, com expectativa de cobrir cerca de 800 abrigos até a próxima semana.
Principais Demandas: Os abrigos têm necessidades urgentes, como:
Materiais de limpeza
Produtos de higiene pessoal
Cobertores
Apoio da Secretaria: A gestão dos abrigos é responsabilidade dos municípios, mas a Secretaria de Desenvolvimento Social oferece suporte e apoio técnico para facilitar essa gestão. Diariamente, informamos parceiros, municípios e outros órgãos do estado sobre as necessidades de cada abrigo, acionando a rede de atendimento.
Parcerias Essenciais: Durante essa emergência, unir esforços é fundamental. A parceria com a UNICEF, SES-RS, Defesa Civil, MDH e MDS foi crucial para identificar os principais indicadores a serem mapeados no Censo. O principal desafio é garantir a aplicação do Censo em loco, demandando um grande esforço de logística e planejamento.
Expectativas do Censo: O levantamento é um ponto de partida para planejar ações do governo estadual em curto e médio prazo, além de subsidiar o planejamento de longo prazo. Identificar e transformar a solidariedade e voluntariado em políticas públicas é essencial para sustentar as ações de apoio às pessoas desabrigadas, especialmente quando o cenário social começa a normalizar e o envolvimento voluntário diminui.
Entrevista Completa com Bruna Koerich:
IFCH: Quais são as principais demandas identificadas nos abrigos criados em resposta à enchente no Rio Grande do Sul, e como a Secretaria de Desenvolvimento Social pretende abordar essas necessidades urgentes?
Bruna Koerich: As demandas são muitas e variam bastante de acordo com o tempo e região. Mas, neste momento, as principais demandas têm sido materiais de limpeza, materiais de higiene pessoal e cobertores. A atribuição de gerir os abrigos é do município, mas a Secretaria de Desenvolvimento Social tem como atribuição dar o suporte e apoio técnico para que os municípios consigam realizar essa gestão. Em relação às demandas, diariamente informamos parceiros, municípios e outros órgãos do estado sobre as necessidades de cada abrigo, buscando acionar a rede de atendimento.
IFCH: Como a parceria com a UNICEF, SES-RS, Defesa Civil, MDH e MDS tem contribuído para a realização do Censo dos desabrigados pela enchente, e quais foram os principais desafios enfrentados durante a coleta de dados em um cenário de emergência?
Bruna Koerich: Durante momentos de emergência como o que estamos vivendo, é fundamental somarmos esforços e evitar que ações ocorram em paralelo, diminuindo a efetividade e o impacto das ações. Sendo assim, a parceria com UNICEF, SES-RS, Defesa Civil, MDH e MDS foi fundamental para entendermos quais os principais indicadores que deveriam ser mapeados nesse primeiro levantamento, que fossem suficientes para que os diferentes órgãos planejassem suas ações imediatas. O principal desafio tem sido garantir a aplicação do Censo. Temos priorizado fazer a coleta em loco, por meio de servidores da Secretaria de Desenvolvimento Social ou de parceiros que se encontram nos territórios, o que demanda um grande esforço de logística e planejamento.
IFCH: Quais são as expectativas em relação aos resultados finais do Censo, e de que maneira essas informações poderão influenciar as políticas públicas de resposta a desastres e assistência social no estado, especialmente em situações de emergência como a recente enchente?
Bruna Koerich: Um levantamento como esse precisa ser entendido como um “ponto de partida”. Sabemos que essa forma de coleta de dados fornece um retrato estático de uma realidade que é, na verdade, muito dinâmica. Mas esse retrato é fundamental para que possamos planejar as ações do governo estadual, e suas mais diferentes pastas, em curto e médio prazo, além de subsidiar o planejamento das ações de mais longo prazo. Grande parte destes abrigos foi criada de forma espontânea e voluntária por pessoas ou organizações da sociedade civil, e agora precisamos identificá-los para conseguir transformar toda essa solidariedade e voluntariado em políticas públicas e ações que sustentem no tempo para as pessoas desabrigadas. Quando o cenário social vai adquirindo algum grau de normalidade, é natural que menos pessoas consigam se envolver em atividades voluntárias, sendo necessário, assim, que se consolidem ações do poder público para evitar que a população mais vulnerável fique desassistida.
Sobre Bruna Koerich:
Bruna Koerich é socióloga, Mestra em Ciências Sociais e atualmente Doutoranda em Sociologia. Possui pós-graduação em "Juventude e Desigualdade na América Latina" e especialização em Políticas de Segurança Pública. Tem ampla experiência em pesquisas na área de Sociologia da Juventude e na gestão de Políticas Públicas para as Juventudes, com ênfase nas políticas de prevenção à violência e na execução de medidas socioeducativas de meio aberto.
Ela compõe a Frente de Enfrentamento à Mortalidade Juvenil do Município de Porto Alegre e o Observatório da Socioeducação (CIESS-FACED UFRGS). Atua como Analista Socióloga no Quadro dos Analistas de Projetos e Políticas Públicas do Rio Grande do Sul, atualmente lotada no Departamento de Políticas para a Juventude da Secretaria Estadual de Assistência Social.